
Diz ele que me viu passar... eu não vi.
Dias depois pediu pra uma amiga em comum meu contato. Ela me avisou. E falou que ele era tímido. Então, por curiosidade, eu mesma fiz o primeiro contato, na lata, sem rodeios.
Eu estava de saída da cidade. Sem data certa, mas dentro de semanas ou poucos meses. Não tinha nada a perder. Podia achar alguém legal pra tomar um chopp, contar e ouvir histórias...
Conversamos alguns dias por mensagens, tive que forçar pra nos encontramos logo (sim, sou curiosa!) e o improvável aconteceu: achei alguém a quem eu podia confiar a coisa que mais prezo e preservo - a minha personalidade nua e crua. Sem julgamentos, sem temor, sem medo de ser julgada. E foi divertido. Leve.
Nos dias que se seguiram a vontade de ficar perto ia aumentando. Dos dois lados. Então, por medo de perder tempo, não passamos vontade.
E um mês já parecia meses... Dois meses pareciam anos!
Quando a data da minha mudança se aproximava (quatro meses depois), falei em tom de brincadeira:
- vâmo junto?
Ele, sem pestanejar:
- bora!
Me estabeleci na cidade e ele exatamente dois meses depois porque foi contratado na primeira entrevista de emprego que fez aqui.
E foi assim que "dei uma casadinha" (nas palavras de um amigo nosso) em 6 meses.
Hoje fazemos planos juntos, somos uma dupla pra tudo.
Ele, um poço sem fim de paciência, me faz ver a vida por outros ângulos. Entende meus medos e aceita o desafio diário que é conviver comigo.
Um baita parceiro que resolve problemas domésticos num piscar de olhos, que enxerga soluções quando eu estou andando em círculos e que me faz me sentir mais e melhor a cada dia.
Damos juntos um valor imenso à nossa rotina de terminar e começar o dia sorrindo. Sonhamos nossos sonhos, projetamos nossos projetos e desfrutamos dos nossos prazeres (dos maiores aos menores).
E a essas alturas da vida eu realmente fui surpreendida por uma sensação de completude e invadida por sensações que eu achei que nem fosse mais possível!
Sem mais, subscrevo-me.